Acidente Vascular Cerebral

O Acidente Vascular Cerebral é um “ataque” cerebral devido a um coágulo ou a um derrame no cérebro que faz com que as células morram. Esta é a primeira causa de morte em Portugal e a terceira nos países ocidentais. Um terço das pessoas que sobrevivem a um AVC ficam com algum tipo de incapacidade, física e/ou cognitiva.

Existem alguns sinais que precedem um AVC, que deve conhecer para identificar o que se passa o mais breve possível. Os principais sintomas são:

–       Cefaleia (dor de cabeça) intensa e súbita sem causa aparente;

–       Dormência nos braços e nas pernas;

–       Dificuldade de falar e perda de equilíbrio;

–       Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado esquerdo ou direito do corpo;

–       Alteração súbita da sensibilidade, com sensação de formigueiro na face, braço ou perna de um lado do corpo;

–       Perda súbita de visão num olho ou nos dois;

–       Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar palavras ou para compreender a linguagem;

– Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vómitos.

 

No caso de estar perante um AVC deve ligar de imediato para o 112, já que a intervenção nas duas primeiras horas é fundamental para um melhor prognóstico. Com efeito, o aparecimento de sequelas é reduzido pela pronta intervenção médica.

As lesões cerebrais resultantes de AVC devem ser avaliadas o mais rapidamente possível, de preferência ainda durante o internamento. Também a reabilitação neuropsicológica deve ter início logo que possível, para que o resultado obtido possa ser maior. Assim sendo, após um AVC o paciente deve realizar “fisioterapia” também ao cérebro, para que tal como sucede com o corpo, possa recuperar as funções cerebrais que se encontram deficitárias.

É importante lembrar que o tratamento do AVC não ocorre apenas na fase aguda (internamento de urgência), mas também na fase crónica, quando o paciente tem alta. Com efeito, muito há a fazer quando o paciente regressa a casa, não só com o próprio paciente, mas também com a família.

No caso do doente com AVC, urge prevenir um novo AVC (tratamento medicamentoso e alteração de hábitos de alimentação e trabalho) e diminuir as alterações devidas às lesões provocadas pelo AVC. A fisioterapia é uma vertente fundamental do tratamento do doente com AVC na fase crónica; no entanto, a Reabilitação Neuropsicológica é igualmente fundamental enquanto “fisioterapia” para o cérebro, que permitirá recuperar funções cerebrais danificadas ou perdidas devido às lesões cerebrais provocadas pelo AVC. Com efeito, após uma avaliação neuropsicológica exaustiva, o neuropsicólogo traça um plano de reabilitação neuropsicológica que permitirá a estimulação das funções afectadas, tendo como objectivo aumentar a sua funcionalidade.

Muitas vezes o paciente e a sua família têm de se readaptar, percebendo as suas limitações e adquirindo novos hábitos quotidianos. Estas alterações à rotina podem levar à depressão, podendo o neuropsicólogo auxiliar na promoção da auto-estima e estratégias de coping (aprender a lidar com as alterações de forma positiva).

A família também necessita de apoio para se readaptar à nova realidade e conseguir auxiliar o doente com AVC. Muitas vezes estes familiares optam por terapia de grupo, por lhes ser possível a partilha de situações, emoções e sentimentos com outras pessoas que também estão a passar o mesmo. A terapia individual também é possível, ajudando a prevenir a depressão e promovendo estratégias de coping mais eficientes.

 

Uma noção fundamental nos casos de AVC é a Neuroplasticidade. Após um AVC pode verificar-se a presença de lesões cerebrais, que impedem o normal funcionamento do doente com AVC. A Neuroplasticidade é a capacidade que o cérebro humano possui de reorganizar os mapas corticais, por forma a voltar a ser capaz de desempenhar uma função. Este fenómeno está tão mais presente quanto mais jovem e mais cedo após o AVC se iniciar a reabilitação neuropsicológica. No entanto, a neuroplasticidade também se verifica em pessoas mais velhas e anos após o AVC. Importa, portanto, esclarecer que as sequelas provocadas por AVC não têm de ser irreversíveis. Basta que contacte um profissional da área da Neuropsicologia Clínica para começar, ainda hoje, a recuperação quer das capacidades entretanto perdidas, quer da autonomia diária.

Doente ou familiar, procure ajuda!

O que é?

O Aconselhamento Parental é uma estratégia de apoio destinada a pais, mães e outros responsáveis pela educação de crianças e adolescentes.

Tem como principal objetivo promover a melhoria da relação pais/filhos e educadores/educandos.

O papel do psicólogo será o de apoiar os pais enquanto educadores procurando esclarecer as suas dúvidas relativamente a situações especificas ou genéricas, apresentar estratégias, alternativas e fomentar a tomada de decisão.

Em que situações intervém?

  • “Regras e limites (birras, rotinas, autonomia….)
  • Comunicação e gestão de conflitos
  • Problemas de adaptação (separação/divórcio)
  • Alimentação e sono
  • Comportamentos de risco (sexualidade, consumo de substâncias, internet, jogo na net)
  • Problemas de eliminação (enurese, encoprese)

A quem se destina?

  • Pais, mães e outros parentes
  • Cuidadores responsáveis pelo desenvolvimento de crianças e adolescentes